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Desigualdade cai 11,5% em dez anos no Brasil

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Nos dez anos que separam o censo de 2010 do de 2000, o Distrito Federal superou o Ceará e tornou-se a unidade da federação mais desigual do país em termos de renda nos domicílios. Os novos dados do Censo 2010 foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira e permitem atualizar o mapa da desigualdade no país.

Ao longo da última década, a diferença de renda, medida pelo índice de Gini, caiu em todas as unidades da federação brasileiras, mas de maneira mais intensa em umas do que em outras. Por isso houve a inversão no topo do ranking. Desde 2000, a taxa do Ceará despencou 11,3%, para 0,556, enquanto a do Distrito Federal diminuiu apenas 6,8%, para 0,573.

O índice de Gini varia de 0, a menor desigualdade, até 1, a maior. Entre os dois censos, a taxa média do Brasil caiu 11,5%, para 0,536. É um avanço, mas ainda o dobro do registrado nos países mais desenvolvidos da União Européia e no Canadá.

Após o Distrito Federal, dois Estados nordestinos surgem com altas taxas de desigualdade no Censo 2010. Sergipe registrou índice de 0,563 e Piauí, de 0,560.

No lado oposto do ranking, as três unidades com maior igualdade de renda estão na região Sul. Santa Catarina apurou índice de 0,448, Paraná de 0,488, e Rio Grande do Sul de 0,490. No Censo 2000, os Estados mais igualitários eram Santa Catarina (0,544), São Paulo e Rio Grande do Sul (ambos com 0,566) e Rondônia (0,578).

Uma outra inversão no ranking diz respeito às macrorregiões. O Nordeste tirou do Centro-oeste o título de região mais desigual do país. Em dez anos, o índice de Gini caiu no Nordeste 10,3%, para 0,555, porém uma queda mais intensa ocorreu no Centro-oeste, de 12,4%, para 0,547.

O IBGE aponta ainda que a distribuição do rendimento no Brasil ainda é marcada por grandes desigualdades. Em 2010, o rendimento médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade com rendimento foi R$ 1.202. Na área rural, representou 46,1% (R$ 596) daquele da zona urbana (R$ 1.294).

A questão de gênero é um recorte marcante. O rendimento das mulheres (R$ 983) representou 70,6% dos homens (R$ 1.392), com maior diferença na região Sul – R$ 1.045 para as mulheres, ou 70,3% dos R$ 1.486 recebidos pelos homens.

Em termos regionais, Centro-oeste (R$ 1.422) e Sudeste (R$ 1.396) tiveram os rendimentos mais elevados, seguidos pelo Sul (R$ 1.282). A região Nordeste teve o menor rendimento (R$ 806) – 56,7% do verificado no Centro-oeste.

A parcela dos 10% com os maiores rendimentos ganhava 44,5% do total e a dos 10% com os mais baixos, 1,1%. Já o contingente formado pelos 50% com os menores rendimentos concentrava apenas 17,7% do total.




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